terça-feira, 19 de maio de 2015

A falta de capacitação e a crise.

Estamos vivendo mais uma grande crise dentre várias e todas se resumem na falta de conhecimento.

A cada dia que passa mais se torna necessário um estudo, um curso técnico, uma faculdade, uma pós-graduação, um mestrado, um doutorado, saber mais que um idioma e saber se comunicar para que possa ter êxito na carreira e na vida.

O mercado está cada vez mais exigente e competitivo, o que requer da pessoa o comprometimento para oferecer um serviço de qualidade, diferenciado e que supere as expectativas, para isso é necessário a busca constante de novas atitudes e produtos que satisfaçam os clientes e te deixam à frente da concorrência.

É necessário ter um banco de dados eficaz para que conheça o seu público alvo, a sua concorrência, suas necessidades e seus anseios. Tempo é dinheiro, existem metas a cumprir, a velocidade da vida aumentou e as oportunidades se forem perdidas podem gerar perdas, crises e até a quebra da empresa.

Tudo se transforma, evolui e a pessoa tem que estar preparada e atualizada para acompanhar estas transformações no timing exato e para isso tem que estar antenado, bem informado para se precaver e estar ciente das novas tendências. A pessoa tem que estar imersa e focada para ter bons resultados.

De posse de todas as informações é imperativo que a pessoa tenha a inteligência emocional, ela está relacionada a habilidades tais como motivar a si mesmo e persistir mediante frustrações; controlar impulsos, canalizando emoções para situações apropriadas; praticar gratificação prorrogada; motivar pessoas, ajudando-as a liberarem seus melhores talentos, e conseguir seu engajamento a objetivos de interesses comuns. A maioria das situações de trabalho é envolvida por relacionamentos entre as pessoas. Desta forma pessoas com qualidades de relacionamento humano, como afabilidade, compreensão, gentileza têm mais chances de obter o sucesso.

Notamos então que para ser bem sucedido na vida a pessoa tem que se aprofundar cada vez mais neste oceano de situações para poder gozar dos prazeres que a vida oferece, além do respeito e admiração da sociedade.

Será que tudo isso é realmente necessário ou será que todos estes conceitos são frutos de uma cultura cultivada por aqueles que não tinham o que fazer por não saber a razão de sua existência e que nos deixaram escravos dela?

A humanidade vive de sonhos e todos trabalham para que este sonho se materialize e que possa viver nele, um mundo de realizações, de conquistas, de paz, saúde, amor, alegria e longevidade. Estes são os mesmos votos que se repetem a cada aniversário, acrescido do parabéns por suportar até então.
O que seria da vida se não houvessem os sonhos? O que seria da vida sem os engambelos? O que seria da vida sem as distrações? O que seria da vida sem a diversão?

A vida é feita de cobranças e quando não é de um lado é de outro, é da sociedade, de nós mesmos e é da natureza. E com tudo isso nos lapidamos, mas não evoluímos. Lapidar é nos prepararmos para num dado momento evoluirmos.

A vida não é “simples” assim, existem pessoas que seguem o que é descrito acima e não tem sucesso, enquanto outros que curso nenhum ou bem menos estudo tem e tem sucesso nos negócios. A vida é uma caixa de surpresas onde todos vivem de experiências e de aventuras, sempre experimentando para ver se dá certo ou não e quando não dá surgem as crises e para todas as crises existem as saídas paliativas. Digo paliativas, sendo que elas não acabam, elas se transformam e nestas transformações elas são resolvidas por um determinado momento, mas logo surgem outras mais fortes decorrentes da aparente solução encontrada na anterior, assim como ocorre com os antibióticos que cada vez precisam ser mais fortes por que as bactérias criam resistência e se potencializam mais.

E assim vivemos sempre dando voltas sem chegar a conclusão alguma. Por isso se diz que nesta vida aprendemos a todo tempo, mas sem chegar ao real saber e ainda deixa a crise transformada e sem solução para os que vem a seguir.

Todos somos diferentes, a natureza é toda ela diferente; existem os grandes e os pequenos, os bons e os maus, os pseudos inteligentes e os menos inteligentes, o macho e a fêmea, o preto e o branco, cada um com o seu dom natural para isso e para aquilo e se existisse uma fórmula para o sucesso todos estariam nela.

Pois é, a resposta não está nesta cultura artificial que exige cada vez mais o aprofundamento nela, sendo que quanto mais se aprofunda em algo, mais se distância de outro e neste caso é do natural da pessoa. Este aprofundamento é tanto que a pessoa passa a viver um mundo de contradições quando diz que desta vida levamos aquilo que aprendemos e a vida que levamos, mas debaixo da terra não precisa destes conhecimentos todos, muito menos no Céu ou no Inferno. 

Para que se esforçar tanto, lutar, ser um guerreiro que sabe que vai embora e deixará todas as conquistas aparentes para outros darem continuidade nesta insanidade? É a luta do nada pelo nada. Para tudo acabar em nada.

É óbvio que todos temos que trabalhar para sobreviver, é claro que todos almejamos viver com conforto e dignidade, que desejamos saúde, paz e sossego. Mas para isso o caminho é aprofundar em nós mesmos, é o de entender e aprender com a natureza as suas leis e as suas mecânicas, já que somos feitos dela, dependemos dela e somos adequados a ela. A verdade é natural, o nascimento e morte são naturais, o crescimento e envelhecimento são naturais e com o natural ninguém pode!

Tudo na vida segue o que a natureza quer e não o que queremos, por isso, não somos donos de nada e de ninguém, nascemos com prazo de validade, mostrando que nem da nossa vida somos donos, tudo é dela. Aqui passamos apenas e nesta passagem pagamos aluguel por tudo o que existe, por isso temos que trabalhar para sobreviver, tudo é questão de equilíbrio, de respeito e de limites, se não é o que já estamos cansados de saber, uma crise atrás da outra, cheio de altos e baixos. Os inconscientes dizem que a crise te tira da zona de conforto e que é a mola propulsora da evolução, mas não evolui, ela apenas lapida, prepara para a evolução. Se evoluísse não teríamos crises há muito tempo.

A vida tem o seu significado, é muito mais do que as conquistas aparentes, do que as paixões, do que os engambelos e distrações. Não existimos para coisas tão pequenas, para vivermos de desacertos, de lutas e desventuras, isso é fruto do desconhecimento da vida e de si mesmo. Se o homem soubesse de onde veio, por que veio, como veio e para onde vai, por que vai e como vai, nada dessas maluquices existiriam. O homem não deveria ter se “aprofundado” na lama do artifício, mas se “elevado” nas graças da natureza para vencer sempre!

Quem és tu que a ilusão é tanta, incapaz de definir o teu eu?

Na natureza tem todos os cursos, faculdades, pós, mestrados e doutorados que o homem precisa para viver bem nesta vida, ter saúde, paz e sossego, onde se encontram a verdadeira felicidade e sucesso. É através do ensinamento dela que irá evoluir, se elevar e que precisará para onde vai. Nela está o mapa, a planta e a bússola para se guiar.

A cultura artificial é a cultura do animal (lapidação) e a cultura natural é a cultura racional (evolução). O animal vai pra debaixo da terra e o racional vai pra onde? Quem é um e quem é o outro? Por quê somos filhos naturais desta natureza e filhos legítimos racionais de outro mundo? Descubra e se desencante deste mundo de ilusões, sonhos e lapidações onde o pranto é a melodia. Quem não se conhece não sabe o que diz e nem o que faz, pensa que sabe e segue a vida na incerteza e em desacertos.

A sabedoria do mundo é de sofredores, assim, sofrem os que dizem que sabem e os que nada sabem provando que do saber verdadeiro ninguém sabe nada. A vida é simples, bela, rica e florida para quem sabe viver.

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